quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Tecnologia na educação. Até que ponto ela é benéfica ao desenvolvimento escolar dos filhos?

Os recursos tecnológicos são benéficos desde que usados de forma planejada e com discernimento. Para tanto, cabe aos educadores e aos pais orientar os alunos e os filhos sobre a forma ideal de sua utilização.
A evolução é um processo normal que faz parte da vida e, como em todas as áreas, a educação não poderia ficar de fora. Como toda mudança gera uma certa insegurança, muitos questionam os prós e os contras do uso das novas tecnologias de comunicação e informação no ensino. Para os pais, a dúvida é saber até que ponto os recursos tecnológicos são benéficos ao desenvolvimento escolar dos filhos.
A informática e a Internet são recursos valiosos para o aprendizado dentro e fora da escola, uma vez que hoje são consideradas ferramentas complementares tanto para a realização de trabalhos escolares como um diferencial para a colocação profissional.
De acordo com a psicóloga e pedagoga Miriam Ângelo Gnan, da Escola Liceu Di Thiene, os recursos tecnológicos sempre são positivos, desde que usados de forma planejada e com discernimento.
Para tanto, cabe aos educadores orientarem os alunos quanto à forma ideal de sua utilização. "O uso destes recursos passa a ser prejudicial à educação se os mesmos forem aplicados aleatoriamente, sem uma finalidade clara e objetiva. Por exemplo, a escola não deve levar os alunos para uma aula de informática apenas para fazer um joguinho ou um desenho, mas sim aproveitar para colher informações que possam complementar o aprendizado do estudante", afirma Miriam.

Entre outras preocupações que rondam os pais em relação ao assunto é saber se a criança deve ou não utilizar a Internet para fazer pesquisas e trabalhos escolares. "O medo é que seus filhos apresentem uma tarefa totalmente copiada. Porém, o ato de copiar independe do meio utilizado, porque se hoje ele pode copiar da Internet, antes ele podia copiar da enciclopédia". Para esta questão, a psicóloga propõe à escola e aos pais pedirem para a criança fazer um resumo ou até mesmo uma resenha, o que for mais apropriado, de toda a pesquisa que foi realizada, para em seguida explicar o que entendeu sobre o assunto.
"Nesses casos é preciso sempre haver um feedback entre o aluno, o educador e os pais, para que eles avaliem o grau de entendimento da criança em relação ao trabalho que lhe foi pedido e assim estimule o senso criativo e sua capacidade de reflexão". Embora a Internet contribua para a agilizar as pesquisas e ajude a encontrar informações sobre qualquer tipo de assunto, o "método antigo" de aprendizagem não deve ser descartado.
"Os pais não devem deixar que as crianças substituam completamente os livros pelo computador. Eles devem sempre que possível incentivar a leitura e o contato com os gibis, jornais e livros infantis e até mesmo com as enciclopédias (praticamente em extinção nos dias de hoje), meios fundamentais para o desenvolvimento educacional da criança", ressalta. Para ela tudo é válido, desde que bem utilizado. "Se um dia o computador quebrar ou faltar a energia elétrica, o aluno não ficará sem fazer os trabalhos ou estudar. Ele irá recorrer aos livros para este fim. Além disso, o aluno que tem o hábito de ler normalmente fala e escreve bem", complementa.

Os princípios da educação

A escola é um dos primeiros grupos sociais com o qual a criança tem contato fora de casa. É nela que a criança tem a oportunidade de trabalhar opiniões diferentes, valorizar as amizades e o convívio harmônico com outras pessoas. Mas é a partir das brincadeiras em casa ou na rua que se dá início à educação, muito antes de se chegar ao período escolar. "A educação se inicia com brincadeiras de esconder entre o bebê e os pais. Desde então, o bebê já começa a perceber a presença do pai, da mãe, dos irmãos, entre outras pessoas que o cercam", observa a pedagoga.
Nos casos em que a criança recebe carinho e atenção dos pais desde pequena, ela aprende, como via de regra, a retribuir os mesmos gestos àqueles que a cercam, uma vez que aprende a conviver bem em grupo. "No momento em que pensamos em desenvolvimento precisamos pensar também em desenvolvimento integral, que inclui o intelectual, o emocional e o motor".
As brincadeiras de rua também ajudam na socialização. Entre elas, podem-se destacar a amarelinha, pular corda e pega-pega. Essas atividades estimulam a coordenação motora e o movimento do corpo. Jogos educativos também são bons para despertar a concentração e o desejo de construir coisas. "Como hoje temos muitas novidades, o ideal é rechear o lazer das crianças com atividades diversas, que envolvem desde os mais agitados para 'queimar energia' quanto os mais calmos para cultivar a atenção e a concentração. Os pais devem se preocupar mais com a qualidade do que com a quantidade das brincadeiras e procurar estar mais presentes na vida dos filhos e conviver com eles", ressalta.



Simone VietenPublicação: Junho 2007 - Edição: 29

Um comentário:

  1. Concordo com o texto que trata da tecnologia como algo que deve ser pensado antes de introduzi-la na educação. Deve haver um planejamento das aulas, não apenas com jogos, mas com temas educativos como, por exemplo, matemática, português, leitura, desenho. É preciso criar na criança a consciência de que a internet é uma ferramenta de pesquisa e não de simples cópia, ela deve ser usada como fonte para um trabalho. Também de acordo com o texto é necessário que a criança tenha acesso a varias atividades no dia a dia e não somente as atividades com computador por exemplo.

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